quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Revista Brasileira de Cancerologia 2018; 64 (1)

Desde seu primeiro exemplar, em setembro de 1947, a Revista Brasileira de Cancerologia (RBC) vem se destacando na comunidade científica com a publicação de artigos que permitam colaborar para as estratégias de controle do câncer no Brasil.
Os primeiros exemplares eram relatos de casos clínicos e, ao longo dos seus 70 anos de existência, suas publicações priorizam artigos originais e de revisão da literatura, sobre as mais diversas áreas de conhecimento relacionadas ao controle do câncer.
O câncer é uma das principais causas de morbidade no mundo. Dados da Organização Mundial da Saúde estimam que os novos casos de câncer aumentem em 70% na duas próximas décadas. No Brasil, esperam-se para o biênio 2018-2019, 600 mil casos novos de câncer por ano. Os cânceres de próstata (68 mil), em homens, e mama (60 mil), em mulheres, serão os mais frequentes. O controle do câncer só será possível por meio de medidas integradas de promoção da saúde, prevenção de doença e assistência oncológica de qualidade em todas as fases do cuidado.
A RBC, no ano de 2018, seguindo a tendência mundial, está propondo um projeto de reestruturação inovador para a ampliação do conhecimento que possa favorecer, de fato, o controle do câncer considerando todas a suas particularidades.
Alinhada à agenda internacional de projetos inovadores, sustentáveis e disruptivos a reestruturação da RBC é um passo essencial para assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, promovendo oportunidades de aprendizagem, ao longo da vida, para todas e todos, proposto na Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável das Nações Unidas no Brasil (ONUBR).
A nova RBC tem o objetivo de ampliar o conhecimento na área da oncologia, divulgando artigos indexados que possibilitem o acesso a informações atuais e relevantes nessa área. Nesse contexto, o projeto de reestruturação da RBC irá implantar uma plataforma eletrônica com artigos bilingües, sendo esse o primeiro passo para a indexação da revista nas bases de dados nacional e, posteriormente, internacional.
O projeto também irá priorizar a divulgação de conhecimento científico de acesso universal, com a implementação de estratégias de mídias on-line, aproximando os diferentes perfis relacionados ao controle do câncer (usuários, pesquisadores, acadêmicos, profissionais, governo, sociedades científicas, organizações e instituições).
Assumir o protagonismo na divulgação do conhecimento na área de controle do câncer não é apenas mais uma meta, é um sonho a ser realizado. A RBC pretende auxiliar na formulação de políticas para estruturação da atenção oncológica, na divulgação de pequisas e na atenção direta à população acometida por câncer. Formar, qualificar e aperfeiçoar a população brasileira para atuar no cuidado oncológico em todos os seus níveis, em especial no Sistema Único de Saúde (SUS), será sempre o nosso foco.

Alguns artigos:






Revista Brasileira de Cancerologia 2017; 63 (4)

O volume 63, número 4, da Revista Brasileira de Cancerologia (RBC), traz dois artigos originais, um artigo de opinião, um relato de caso e uma resenha.
O primeiro artigo original explora um tema importante que é a utilização das bases de dados secundárias, oriundas dos sistemas de informação em saúde, para obter informações epidemiológicas, clínicas ou administrativas. Utilizando as Autorizações de Procedimento Ambulatorial de Alta Complexidade (APAC) de quimioterapia para câncer de mama no Brasil, os autores analisam as mudanças no estadiamento da doença durante um período de cinco anos. O artigo procura discutir a utilidade e a qualidade da informação sobre estadiamento, além de sugerir algumas melhorias.
O segundo artigo original trata das percepções dos profissionais de saúde sobre o diagnóstico precoce do câncer pediátrico. Além da escolha de um tema extremamente importante - o câncer pediátrico - os autores também utilizam uma abordagem interessante para identificar crenças, valores e conhecimentos sobre o câncer infantil entre profissionais de uma grande cidade de São Paulo.
O artigo de opinião retorna um tema já apresentado na RBC que é o excesso de peso e o risco de câncer. Trazendo como pano de fundo a experiência recente de uma viagem, o autor procura traçar um paralelo entre as transformações econômicas, sociais, culturais, tecnológicas e epidemiológicas ocorridas nos últimos 30 anos nos Estados Unidos e as crescentes taxas de incidência e mortalidade do câncer colorretal no Brasil.
O relato de caso questiona a emergência de uma nova variante de sarcoma de Kaposi acometendo jovens imunocompetentes.
Por fim, a resenha do livro Breast Cancer Screening: an Examination of Scientific Evidence permite, aos leitores brasileiros, a oportunidade de ter acesso a uma publicação que procura sintetizar mais de cinco década de estudos sobre um dos temas mais pesquisados e debatidos na literatura médica: o rastreamento do câncer de mama.

Alguns artigos:




Revista Brasileira de Cancerologia 2017; 63 (3)

No Brasil, somente nos anos 1920 (Instituto Radium de BH-1922), começaram a surgir as primeiras instituições e ações públicas voltadas ao controle da doença. O primeiro congresso brasileiro sobre o câncer ocorreu no período de 24 a 30 de novembro de 1935. Criado em 1937, o Centro de Cancerologia do Distrito Federal, que mais tarde se tornaria o que é hoje o INCA, foi incorporado ao recém-criado Serviço Nacional de Câncer (SNC) em 1941. Nessa época, o Centro de Cancerologia (então nomeado Instituto de Câncer) já desenvolvia atividades assistenciais, estudos epidemiológicos, campanhas educativas e apoio técnico ao governo federal nas ações relacionadas ao cãncer no país.
Em 1957, foi inaugurado o novo prédio do Instituto Nacional de Câncer e, desde então, a instituição vem ampliando as ações de assistência, ensino, pesquisa e reforçando seu papel institucional de apoiar a elaboração e implementação de políticas de controle do câncer no país. As década de 1980 e 1990 foram caracterizadas pelo desenvolvimento institucional, com ampliação e a criação de novos serviços e programas, e a consolidação do INCA como órgão do Ministério da Saúde responsável por assistir o Ministro da Saúde nas políticas de controle do câncer. O início dos anos 2000 foi marcado pelo protagonismo da instituição nas políticas de expansão da rede de atenção oncológica, na certificação das suas unidades assistenciais, no incremento da pesquisa e ensino, no controle do tabaco e outros fatores de risco, na consolidação dos cuidados paliativos, na ampliação dos registros de câncer, no registro de doadores de medula óssea, nos programas de qualidade em radioterapia e mamografia e na detecção precoce dos cânceres de mama e colo do útero. Os anos da década de 2010 distinguem-se pelo avanço da cooperação internacional, ampliação das ações de comunicação e informação científica, consolidação do Banco Nacional de Tumores e DNA e novas plataformas de ensino.
Os desafios para o futuro são enormes, mas a capacidade do INCA de permanecer atual ao longo dos 80 anos reforça os valores institucionais de excelência, inovação e compromisso com a sociedade brasileira. Somos gratos àqueles que nos antecederam e fundaram essa memorável instituição. Instituição que é um patrimônio da sociedade brasileira e um ativo de valor inestimável que devemos cuidar para aqueles que nos sucederão. Parabéns ao INCA pelos 80 anos e à RBC pelos 70 anos de existência.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Revista Brasileira de Cancerologia 2017; 63 (2)

Este volume traz 3 artigos originais, um relato de caso, um resumo de tese, uma resenha, e dois resumos da II Jornada de Profissionais em Saúde de Nível Médio do INCA.
Dois artigos originais são dedicados aos cânceres de mama e colorretal. Embora sejam cânceres de ocorrência frequente no país, poucos estudos são realizados em regiões de baixa densidade populacional (Amazonas) e municípios fronteiriços (Foz do Iguaçu)> A análise de aspectos como mortalidade, incidência e morbidade podem contribuir com a elaboração de políticas e programas específicos para essas localidades.
Cerca de metade dos rumores renais são identificados como massas incidentais em exames de imagem. No terceiro artigo original, são levantados os aspectos clínicos, os fatores de risco e as complicações operatórias de 178 pacientes submetidos à nefrectomia parcial para retirada de tumores identificados por exames de imagem.
Os avanços recentes na proteômica permitiram o desenvolvimento de novos testes diagnósticos e medicamentos, em especial na área da oncologia. O relato de caso explora a utilização de um inibidor de tirosina quinase (TKI) em carcinoma medular de tireoide metastático.
O resumo de tese aborda um tema de grande interesse, mas pouco explorado na área da saúde, que é a satisfação do cliente. Vários instrumentos de aferição da satisfação do cliente com os serviços oferecidos têm sido elaborados por organizações internacionais e, portanto, a tradução e validação desses instrumentos são essenciais para aplicação em nosso meio.
A resenha do livro "Death of Cancer", do renomado oncologista norte-americano Vincent T. DeVita Jr., reacende a antiga discussão sobre o fim do câncer como doença. Embora o relato do livro seja referente a um contexto diferente do brasileiro, a leitura traz alguns elementos importantes para o debate do controle do câncer no cenário nacional.


Alguns artigos abaixo:
Tendência da mortalidade por câncer colorretal no Estado do Paraná e no Município de Foz do Iguaçu, 1980 a 2013

Aspectos clínicos e patológicos do câncer de mama em mulheres jovens atendidas na FCecon entre 2003 e 2013

Uso de sorafenibe em carcinoma medular da tireoide metastático: relato de caso

Disponível em: Revista Brasileira de Cancerologia 2017; 63 (2)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

História, Ciências, Saúde - Manguinhos 2018; 25 (3)

Cuando estábamos ajustando los detalles de este número de la revista para enviar a la imprenta, imágenes atroces remecieron a Brasil y a una buena parte del mundo: un aterrador incendio consumió, en pocas horas, una parte importante del bicentenario Museo Nacional. Un colega de otro país de América Latina me escribió diciendo que le parecía como el incendio de la Biblioteca de Alejandría.
Realmente lo fue, sobre todo para historiadores de la ciencia, pero también para antropólogos, lingüistas, científicos sociales, historiadores y otros investigadores que trabajaron y trabajaban con sus colecciones únicas. Una tragedia impensada también para profesores, técnicos y estudiantes cuya vida profesional estaba asociada al valiosísimo Museo. Un acontecimiento desastroso que va a marcar la historia cultural de Brasil y de toda América Latina y que será registrada como una desgracia inolvidable para la cultura mundial.
De cualquier manera, para muchos de nosotros será difícil aceptar lo que el fuego se llevó. Puede ser que ni el tiempo nos consuele o aplaque nuestra ira. A pesar del dolor,tenemos la obligación de pensar en soluciones a corto y largo plazo.
Otro asunto trágico que ocurró antes que esta revista fuera a la imprenta, y que nos hace pensar nuevamente en la muerte como un desastre, pero también como una obligación de reconstruir nuestras vidas profesionales después de una desgracia, ha sido la muerte de Jean Gayon, uno de los más destacados historiadores y filósofos de la ciencia. 

Alguns artigos: