terça-feira, 26 de abril de 2016

Epidemiologia & Serviços de Saúde 2015; 24 (3)

O problema da discriminação nos serviços de saúde tem mobilizado distintos atores sociais em variados países e regiões do mundo. Embora inicialmente motivado por alguns tipos particulares de discriminação, como o de raça, este movimento tem se pautado mais recentemente por múltiplas questões e características identitárias.
A preocupação com a discriminação de  forma geral e aquela relacionada aos serviços de saúde no Brasil pode ser observada em diferentes âmbitos, incluindo o da formulação de leis e políticas públicas, bem como o da produção de conhecimento científico. A própria Constituição Federal afirma, em seu preâmbulo e no art. 3°, os valores da igualdade entre os seres humanos e a necessidade de combater o preconceito de todos os tipos, além de caracterizar o racismo como prática criminosa. No âmbito das políticas públicas, há que se destacar o importante papel da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do Sistema Único de Saúde (PNH). Em consonância, o racismo, como forma de discriminação nos serviços de saúde, tem sido alvo de campanha do Ministério da Saúde, cujo slogam é "Racismo faz mal à saúde". A campanha busca promover o envolvimento de usuários e trabalhadores do sistema no enfrentamento do racismo e divulgar o Disque Saúde 136, espaço para o acolhimento de denúncias de discriminação. 
A inexistência de um fórum especificamente focado na discriminação nos serviços de saúde brasileiros suscitou o destaque para o tema neste número da Epidemiologia e Serviços de Saúde: revista do Sistema Único de Saúde do  Brasil (RESS), com a publicação de dois artigos originais, uma revisão de literatura e um artigo de opinião.
Espera-se que esta coletânea estimule a reflexão, produção de novos conhecimentos na área e, acima de tudo, colabore para a redução dos processos discriminatórios que se entranham nas diferentes instâncias de nossos serviços de saúde, contribuindo para a consolidação de um Sistema Único de Saúde ainda mais justo e não discriminatório.
Este número da revista  traz ainda interessante artigo sobre uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos, como parte da série Aplicações da Epidemiologia, e a tradução da mais atual versão das Recomendações para elaboração, redação, edição e publicação de trabalhos acadêmicos em periódicos médicos, do Comitê Internacional de Editores de Periódicos Médicos (Iternational Committee of Medical Journal Editors - ICMJE).

Experiências de discriminação relacionadas aos serviços de saúde: análise exploratória em duas capitais do Sul do Brasil

Prevalência de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis em adultos residentes em capitais brasileiras, 2013


Utilização dos serviços de saúde por adolescentes: estudo transversal de base populacional, Pelotas-RS, 2012

Caracterização dos casos suspeitos de dengue internados na capital do estado de Goiás em 2013: período de grande epidemia

Avaliação dos indicadores epidemiológicos e operacionais para a hanseníase em municípios prioritários no estado do Paraná, 2001 a 2010

Discriminação e saúde: um problema de acesso

Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos


Disponível em: Epidemiologia & Serviços de Saúde 2015; 24 (3)